Como adaptar sua rotina de trabalho: alternativas
A correria do dia a dia triplica quando se tem filhos. Administrar a casa, o chefe, o congestionamento, as refeições e o mau humor de criança exausta é coisa para profissionais, como você!
Se está difícil equilibrar o trabalho e os cuidados com seu filho, saiba que você não é a única pessoa nessa situação. Quase todo mundo que tem filho tem dificuldade de conciliar família, principalmente nos primeiros anos da criança.
Separei algumas dicas para tentar equilibrar família e trabalho no dia a dia.
Repense seu horário de trabalho
Uma das melhores estratégias para equilibrar trabalho e família é tentar mudar seu esquema de trabalho. Dependendo do ramo de atividade, uma alternativa é reduzir a jornada para meio período até seu filho ter idade para ir à creche ou escolinha sem você considerá-lo tão pequeno para isso. Para continuar a amamentar em livre demanda depois da licença-maternidade, pode ser uma boa ideia trabalhar de casa. Talvez a mãe e o pai possam combinar de cada um ficar meio período em casa, alternando para alguém estar sempre com o bebê, enquanto ele é pequeno. São apenas algumas ideias e nem todas são factíveis para todo mundo. O importante é você saber que ter uma família é uma ótima oportunidade para usar a criatividade e incluir alguma flexibilidade na rotina de trabalho.
Conheça os acordos de trabalho mais comuns
Sua imaginação e a flexibilidade do empregador são os únicos limites sobre os acordos que você pode fazer no trabalho para ter mais tempo para seu filho. Aqui contamos alguns dos acordos mais comuns:
Home office: É apenas uma expressão chique para "trabalho em casa". Nessa modalidade, você ainda é considerada uma funcionária de tempo integral, portanto, continua com salário integral e os benefícios, exceto o vale-transporte. A diferença é que você pode trabalhar remotamente, de pijama, enquanto seu filho assiste TV no quarto ao lado. Prós e contras de trabalhar de casa
Horário flexível: O funcionário tem liberdade de moldar a agenda de trabalho de acordo com as necessidades, desde que trabalhe o número necessário de horas ou cumpra determinadas metas. Por exemplo, se você normalmente trabalha das 9h às 18h, com o horário flexível você pode começar a trabalhar às 7h e sair às 16h, por exemplo, para que você consiga pegar seu filho na creche e servir o jantar cedo.
Semana de trabalho comprimida: Esse é um esquema que encaixa cinco dias de trabalho em quatro ou menos dias. Supondo que você trabalhe oito horas por dia, você passaria a trabalhar dez horas por dia em quatro dias. Isso daria a você uma folga semanal sem corte no salário. Esse esquema pode ser útil quando há revezamento entre pai e mãe ou quando a criança precisa participar de alguma atividade ou terapia semanal que precise da companhia de um dos pais.
Meio período: Você trabalha menos horas e, claro, recebe um salário menor, correspondente a essas horas. Muitas mães e pais adotam esse esquema de trabalho coincidindo com um período escolar da criança. Você vai precisar fazer as contas para ver se a remuneração vale a pena, porque há o risco de as despesas de transporte e cuidados com a criança quase empatarem com seus ganhos.
Compartilhamento de trabalho: Essa opção não é comum no Brasil, mas é uma ideia que você pode propor se houver outra pessoa na mesma situação que você, querendo diminuir a carga horária, e que cumpra a mesma função. Significa duas pessoas fazerem o trabalho de uma, ganhando, claro, metade do salário cada uma.
Empreendedorismo: Abandonar um emprego fixo e trabalhar por conta própria, seja com artesanato, comércio, consultoria ou terceirização pode ser uma ótima saída, porque você é quem faz os seus horários. Mas é preciso cuidado para não subestimar a carga de trabalho, que às vezes é muito maior do que se imaginava, e de responsabilidade, sem contar a incerteza financeira. E há que se tomar cuidado para não cair em armadilhas, golpes e promessas falsas de ganhos fáceis.
Como convencer seu chefe
Convencer seu chefe a concordar com uma mudança na rotina de trabalho exige certo esforço da sua parte antes de fazer o pedido. Veja algumas sugestões: Em primeiro lugar, verifique quais opções de trabalho a sua empresa já oferece. Converse com seus colegas, pergunte no departamento de recursos humanos e leia com atenção o manual de política da empresa, se houver. Em segundo lugar, decida o tipo de acordo de trabalho que você deseja. Não espere que o seu empregador encontre a solução para você. Em vez disso, avalie cuidadosamente as suas próprias necessidades e as do seu empregador e crie um plano que seja bom para ambos. Pode ser que a sua empresa já ofereça a modalidade de trabalho que você tem em mente. Mas você não tem que se limitar a um regime já testado e aprovado. Muitos pais têm tido sucesso com acordos que nunca foram tentados antes e deixado seus empregadores satisfeitos. Em terceiro lugar, monte uma proposta detalhada para o seu acordo ideal de trabalho. A menos que seu empregador tenha uma política bem estabelecida de trabalho em tempo parcial ou de horários flexíveis que não exija uma aprovação especial, você precisa elaborar e colocar no papel um plano que irá informar o seu empregador sobre o seguinte:
horas e dias que você pretende trabalhar
responsabilidades do trabalho com que você será capaz de lidar durante essa carga horária
salário e benefícios que você deseja
soluções para que você esteja acessível se surgir um problema quando não estiver no escritório
se optar pelo home office, uma descrição sobre a estrutura da sua casa pode ajudar, incluindo um esquema de apoio para cuidar do seu filho enquanto você se dedica ao trabalho
justificativa que deixe claro por que o acordo de trabalho proposto é ideal para você, para sua família e para seu empregador
Certifique-se de que o plano é eficiente e concentre-se nas necessidades do seu empregador, não apenas nas suas. Reforce no documento a ideia de que um acordo de trabalho ideal para você e sua família também será vantajoso para o seu empregador. De acordo com o livro "As 100 dicas do home office", de Marina Sell Brik e André Brik, o funcionário que trabalha em casa fica menos estressado por não ter de enfrentar deslocamentos diários (e trânsito), se alimenta melhor, tem mais tempo para a família e, por sentir-se mais satisfeito, é de 10% a 20% mais produtivo que seus colegas de escritório. Se nenhuma das soluções acima for possível no seu caso, o jeito é tentar fazer o máximo do tempo que sobrar para você conviver com o seu filho, e armar um bom esquema para emergências e momentos em que a criança fica doente e precisa da sua atenção. Com consultoria de Nihara K. Choudhri, ex-advogada de direito empresarial e de família que divide seu tempo entre escrever sobre questões jurídicas que afetam famílias e seu filho pequeno. Ela é a autora do livro Parent Savvy: straight answers to your family’s financial, legal & practical questions (Sabedoria para pais: respostas diretas para dúvidas financeiras, legais e da vida prática de sua família).
Fonte: Baby Center