Dia Mundial Sem Xixi Na Cama - 29 de Maio
Me assustei quando comentei sobre esse assunto no instagram, não imaginava que tantas mamães e famílias passassem por este problema. Como nunca tive caso na família ou próximo a mim, não imaginava que seria um tema tão importante, então fico muito feliz em compartilhar com vocês, informações preciosas que recebemos em um encontro com a Dra. Ana Escobar.
Compartilhando aprendizado
O que aprendi neste dia foi que, a Eneurese Noturna ou Xixi na cama, não é uma escolha da criança, não é uma criança "sem vergonha", é uma condição onde criança não consegue controlar o xixi noturno, e o principal, na maioria das vezes é hereditário, ela herdou do pai, da mãe, tios, tias, alguém da família, ou seja, não é culpa da criança mesmo (risos).
Outra coisa muito importante que aprendi, e a mais importante de todas, não se deve brigar com a criança, nem ridicularizar, isso não vai ajudar em nada, e pior, ainda pode causar um problema psicológico na criança, baixa auto-estima, ansiedade, agressividade, solidão e outros.
Uma dica bem legal, é dar autonomia para a criança, além de forrar o colchão claro, deixar do lado da cama lençol extra, cobertor extra, e conversar com a criança maiorzinha, que caso, ocorra algum escape a noite que ele pode sozinho, trocar a cama e voltar a dormir tranquilo. Eu sei que deve se difícil, ter que lavar lençol, cobertor todo dia, mas tratar o assunto naturalidade, calma e compreensão é a melhor forma de ajudar o seu filho.
O que é Eneurese Noturna?
Acordar com a cama molhada é uma situação comum para as crianças, especialmente no período de desfralde. É que até essa idade o mecanismo urinário da criança ainda está amadurecendo e, mesmo que ela tenha controle durante o dia, o relaxamento provocado pelo sono acaba desencadeando o acidente.
Entretanto, se a partir dos 5 anos de idade o problema persistir pelo menos duas vezes por semana, pode ser a ENEURESE NOTURNA, um transtorno com grande influência hereditária que acomete cerca de 15% das crianças, grande parte de meninos. Isto significa que, se um dos pais fez xixi na cama até depois dos 5 anos de idade, as chances de o filho ter enurese noturna aumentam quase 50%. Se os dois fizeram, este risco pode subir para 77%.
O melhor a fazer é tranquilizar a criança e procurar um especialista assim que possível. Evite demonstrações de fúria, bem como agressões verbais e físicas. A criança com Enurese Noturna não faz xixi na cama para chamar atenção, ela está sofrendo e a atitude dos pais influenciará totalmente no tratamento do distúrbio.
Se você desconfia que seu/sua filho(a) esteja sofrendo de enurese noturna, observe os hábitos miccionais dele(a) antes de ir médico. Seu relato vai ajudar a identificar se as perdas de xixi são isoladas e relacionadas a outros fatores ou se são realmente características da Enurese.
Preste atenção nestas situações:
- Dores para urinar;
- Urgência para urinar durante o dia;
- Perdas involuntárias de urina, várias vezes ao dia;
- Infecções urinárias acompanhadas de febre, ardência ao urinar e presença de sangue ou pus na urina;
Xixi na cama é doença?
O diagnóstico da Enurese Noturna considera - além dos sinais e sintomas - fatores psicológicos, alérgicos e antecedentes familiares. Munido dessas informações, que são fornecidas pelos pais, e de exames clínicos, o médico poderá identificar o problema e indicar o melhor tratamento.
A enurese é classificada como primária quando a criança já tem mais de 5 anos e ainda não conseguiu ficar pelo menos 6 meses sem fazer xixi na cama. É chamada secundária quando a criança volta a urinar na cama após já ter conseguido alcançar este controle
Quase sempre a enurese se resolve espontaneamente, conforme a criança cresce. No entanto, se isto não acontecer até a idade escolar, a socialização pode ser comprometida. Por isso, a importância de observar e procurar a opinião médica.
Como tratar?
Somente o médico é capacitado para tratar disfunções miccionais, depois de analisar o histórico e determinar a gravidade do caso, poderá indicar o melhor tratamento para a Enurese Noturna. Isto vai permitir que a criança e a família tenham melhor qualidade de vida e evita implicações na autoestima do pequeno."
Confira as dicas pelos especialistas.
1 - Olho na rotina!
Inserir pequenas mudanças na rotina da criança enurética pode significar muito. No mínimo 2 horas antes de a criança ir dormir, é importante evitar a ingestão de líquidos ou alimentos com cafeína e chocolate. Criar o hábito de urinar antes de deitar e logo ao acordar também é recomendado.
2- Valorize as noites secas
Durante o tratamento, cada noite seca precisa ser encarada como uma vitória, valorizada com elogios e muito carinho. Uma boa alternativa para isso é utilizar um calendário, e colar adesivos ou estrelas sempre que a criança conseguir controlar o fluxo. Outro caminho é presentear a criança a cada x dias consecutivos secos
3- Alarme
Nesse tipo de tratamento a criança utiliza um sensor próximo ao pênis ou à vulva que dispara um som quando em contato com as primeiras gotas de urina. Como o alarme é fixado no pijama, próximo ao ombro, a criança acorda, vai ao banheiro e urina
Depois de um período que pode variar entre 2 a 6 meses, espera-se que a criança adquira um condicionamento e não precise mais do dispositivo para saber que, ao sentir a baxiga cheia, é hora de urinar.
4 - Medicamentos
A desmopressina é um medicamento que tem efeito antidiurético e, portanto, diminui a produção de urina noturna. É considerada eficaz e segura nos pacientes com enurese noturna poliúrica - onde há produção de grande quantidade de urina noturna. Uma pequena porcentagem dos pacientes tratados pode apresentar reações adversas como fadiga, dor de cabeça, náusea e dor abdominal
A Imipramina é um medicamento de efeitos discutíveis. Parece inibir o reflexo da micção ou tornar o sono mais "leve", o que auxiliaria a criança a acordar quando a bexiga estivesse cheia. Pode causar efeitos como fadiga, dor de cabeça, tontura, tremor, etc. Deve ser realizada avaliação cardiológica antes de utilizá-la.
A Oxibutinina é um medicamento indicado para os casos de enurese noturna por bexiga hiperativa, em que ela apresenta contrações involuntárias. Assim, a bexiga relaxa, permitindo que ela consiga armazenar maior quantidade de urina. Pode causar vermelhidão facial, febre, tonturas e prisão de ventre.
5- Acompanhamento psicológico
O(a) psicólogo(a) se torna um importante aliado para a criança e para a família, já que além de recuperar a autoestima dos pequenos, também pode orientar os pais sobre como lidar com a situação.
No último dia 24 (terça-feira), o Coordenador do Departamento de Urologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Dr. Átila Rondon, participou, ao vivo, de uma transmissão feita pela Revista Pais & Filhos sobre enurese noturna.
O Sem Xixi na Cama acompanhou a live, que durou pouco mais de vinte minutos e reuniu mais de 100 comentários. Confira os principais pontos da entrevista.
Apoio psicológico
Segundo o especialista, uma das primeiras atitudes que ajuda no tratamento é os pais entenderem sua importância para o equilíbrio da criança. “A família tem que entender que a criança não tem nenhum controle sobre isso, é absolutamente involuntário. Então, como qualquer outro tipo de problema, a gente orienta a conversar com a criança de que isso é algo comum e que, buscando apoio correto, é possível tratar”, explica.
Outro dado recente, de acordo com ele, é o acompanhamento psicológico dos pais durante o tratamento da enurese noturna. “O xixi na cama também repercute na saúde psicológica dos pais. Normalmente, quando eles procuram ajuda, já estão cansados de tentar mil fórmulas diferentes, com noites mal dormidas. Então eles também precisam desse suporte”, diz.
Isso evita, inclusive, atitudes punitivas por parte dos pais. “Em 90% das vezes as famílias punem a criança pelo xixi na cama, justificando como uma culpa, além de outras frases que ouvimos, como ‘ela não tem vergonha’ ou ‘é preguiçosa’, o que não é absolutamente verdade. Toda a carga emocional e psicológica que a família coloca na criança só tende a piorar o quadro de enurese”, orienta.
Orientação médica
Na ânsia pelo fim das noites molhadas, há quem, inclusive, utilize remédios sem prescrição médica, um verdadeiro perigo para a saúde das crianças. “Recebemos muitos casos de crianças tomando antidepressivos contra xixi na cama, o que, sem orientação e necessidade, pode causar efeitos colaterais gravíssimos como alterações cardíacas, por exemplo”, esclarece.
Para o especialista, uma das primeiras coisas a se fazer é identificar se as alterações urinárias se limitam à hora de dormir ou se também manifestam sinais durante o dia. “A criança que durante o dia sai correndo pra ir ao banheiro ou que não consegue segurar, precisa de uma investigação maior”, diz. Já crianças que sofrem com episódios somente durante o sono, podem ser avaliadas clinicamente, sem necessidade de exames adicionais.
Outro erro comum é associar o xixi na cama a problemas emocionais. “Temos alguns casos específicos em que problemas psicológicos podem gerar perdas noturnas, mas não é o mais comum. Na verdade, as repercussões emocionais são, na maioria das vezes, consequência das perdas de xixi”, diz, referindo-se à enurese primária e secundária, classificações médicas do transtorno.
Tratamentos
Além dos fatores genéticos, o xixi na cama também pode ser motivado por fatores como capacidade da bexiga e produção de hormônios. “Algumas crianças não têm vasopressina, um hormônio que diminui a produção de urina durante a noite, sendo necessário entrar com um medicamento que o simula”, explica. Junto ao tratamento, medidas comportamentais também podem ajudar, como restringir líquidos durante a noite e ir ao banheiro logo antes de deitar. Mas reforça: sozinhas, essas práticas não produzem resultado. “Às vezes os pais colocam um alarme para despertar durante a noite, acordarem a criança e levarem ela para fazer xixi, o que, naquela noite pode funcionar. Mas a efeito de tratamento, em longo prazo, não funciona”, diz.
Contudo, até antes de começar a adotar novos hábitos, é preciso observar a saúde da criança por completo e tentar entender de onde vem o xixi na cama. “Tem crianças que a gente vê que só de tratar a prisão de ventre, por exemplo, para de fazer xixi na cama. São coisas que nem sempre associamos, mas que tem uma relação muito clara”, conta.
Atenção!!! Só um médico pode receitar algum tipo de medicamento o pediatra pode conduzir todo o tratamento.
Fonte Site: www.semxixinacama.com.br
O conteúdo deste pots destina-se apenas ao público residente no Brasil, e as informações aqui contidas não substituem, em hipótese alguma, a consulta a um profissional de saúde.
Conheça o projeto SEM XIXI NA CAMA
Sem Xixi na Cama é um projeto dedicado a promover informação sobre as causas e consequências da Enurese Noturna. VISITE O SITE: WWW.SEMXIXINACAMA.COM.BR
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Amanda Ribeiro - Mamãe Que Viaja