Gripe 2018 - Tudo o que você precisa saber para proteger o seu bebê!
O Outono chegou, com ele o tempo seco, e com isso começam as doencinhas de outono/inverno as gripes e resfriados. Por aqui dobramos os cuidados com a hiegine das mãos e o Arthur já tomou a vacina, mas ainda assim a gente fica com medo, porque em crianças gripes podem evoluir muito rápido para outras complicações.
Hoja a Dra. Jessica Loekmanwidjaja - do Site Pediatria Sem Stress, trouxe todas a informações sobre a gripe em bebês e crianças.
A gripe é uma doença respiratória aguda causada pelo vírus Influenza A ou B, que ocorre principalmente no outono/inverno. Em crianças saudáveis, é geralmente uma doença aguda e auto-limitada, porém, esse grupo etário tem risco aumentado de sintomas graves e complicações.
Quem causa a gripe?
A gripe é causada pelo vírus Influenza A ou B. Esse vírus, principalmente o subtipo A, tem grande capacidade de modificar suas características antigênicas, por isso, a vacina é atualizada anualmente, com o intuito de manter a proteção adequada contra o vírus.
A fácil transmissão além do período prolongado de transmissão, faz com que a gripe propague-se globalmente em ciclos sazonais de epidemias (principalmente nos meses frios do ano), as quais provocam anualmente entre três e cinco milhões de casos graves da doença e entre 250 000 e 500 000 morte.
Como é transmitida?
A gripe é transmitida através do contato entre pessoas, por meio de secreções respiratória (contato direto ou aerossóis - pequenas partículas liberadas quando falamos ou tossimos).
Uma pessoa com Gripe pode transmitir o vírus desde o primeiro dia da doença até o sétimo dia em adultos e até 14° dia em crianças. Uma grande quantidade de vírus é expelida na secreção respiratória de pessoas infectadas, sendo o ápice nas primeiras 48 horas.
Sintomas da Gripe
Após o contato com o vírus demora cerca de 2 a 3 dias para os sintomas se manifestarem. O início é abrupto, caracterizado por:
Febre alta e persistente por 3 a 4 dias
Calafrios e tremores
Coriza (secreção nasal hialina/clara semelhante a água)
Dor muscular e dor no corpo
Dor de cabeça
Conjuntivite (olhos vermelhos) e lacrimejamento excessivo
Dor de garganta
Tosse seca
Vermelhidão nos olhos, garganta e nariz
Lembrando que em crianças pequenas (menores de 1 ano), os sintomas gripais podem estar ausentes, a manifestação principal pode ser apenas febre isolada e prostração.
Complicações
Crianças pequenas (menores de 2 anos) e com doença crônica (asma, problemas no pulmão ou coração) têm maior chance de desenvolver complicações, como:
Pneumonia
Insuficiência Respiratória
Otite
Sinusite
Crise de Asma
A otite média é uma complicação comum da influenza, ocorrendo em pelo menos 20% das crianças com até seis anos de idade que contraíram a doença.
Complicações mais graves são a insuficiência respiratória e a pneumonia. Nesses casos, o sintoma principal será dificuldade para respirar, com respiração ofegante.
Diagnóstico
Os sintomas associados, associado a sazonalidade e/ou surtos identificados, levam a suspeita de infecção pelo vírus Influenza.
A confirmação laboratorial sempre que possível deve ser realizada para que o tratamento adequado seja instituído rapidamente. Assim, as complicações diminuem e o uso de medicamentos indevidos também.
Existem alguns exames que confirmam o diagnóstico, o mais utilizado por ser rápido e de fácil acesso é o Teste rápido para Influenza, que pesquisa o vírus Influenza na secreção nasal do paciente.
Outros exames complementares são inespecíficos, como RX de tórax e hemograma, e não ajudam na confirmação do diagnóstico. No entanto, eles podem ajudar na investigação de complicações.
Tratamento
O tratamento dos sintomas envolve:
Hidratação adequada
Repouso
Analgésicos ou anti-térmicos, evitando o AAS em crianças
Oseltamivir (Tamiflu®): antiviral eficaz contra o vírus Influenza
Oseltamivir
Idealmente, o tratamento com antiviral deve ser iniciado precocemente (nas primeiras 48 horas) principalmente em crianças com risco para desenvolver complicações.
Prevenção
A prevenção é possível através da vacina contra gripe e também alguns cuidados.
Principais dúvidas sobre a vacina contra gripe:
Qual a diferença entre a vacina da rede pública e privada?
Existem dois tipos de vacina contra gripe: trivalente e quadrivalente. A trivalente é a fornecida pela rede pública, enquanto a quadrivalente é fornecida na maioria das redes privadas.
Trivalente: protege contra 3 subtipos do vírus, 2 cepas do vírus A e 1 cepa do vírus B
Quadrivalente: protege contra 4 subtipos do vírus, 2 cepas do vírus A e 2 cepas do vírus B
Do que a vacina é feita?
É uma vacina que contém o vírus morto, ou seja, não pode causar a doença.
Sua formulação contém proteínas de diferentes cepas do vírus Influenza definidas ano a ano conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que realiza a vigilância nos hemisférios Norte e Sul. As cepas vacinais são cultivadas em ovos embrionados de galinha e, por isso, as vacinas contêm traços de proteínas do ovo.
Ainda, sua composição contém formaldeído e antibióticos (geralmente gentamicina ou neomicina), utilizados durante a produção para prevenir a contaminação com germes.
Efeitos Colaterais
Manifestações Locais: dor e vermelhidão no local da aplicação podem acontecer em 20% das aplicações e em geral somem em 48 horas
Manifestações Sistêmicas: febre, mal-estar e dor muscular acometem 2% dos vacinados. Têm início de 6 a 12 horas após a vacinação e persistem por um a dois dias, sendo mais comuns na primeira vez em que tomam a vacina. São reações benignas e leves
Reações anafiláticas são raríssimas
Esquema de Vacinação
Para crianças de 6 meses a 9 anos de idade:
2 doses na primeira vez em que forem vacinadas (primovacinação), com intervalo de um mês
Revacinação anual (uma dose)
Para crianças maiores de 9 anos, adolescentes, adultos e idosos:
Dose única anual
A vacina é fornecida pelo Ministério da Saúde de forma gratuita para quem?
As seguintes populações podem receber a vacina gratuitamente nos postos de saúde:
Crianças entre 6 meses e 5 anos de idade
Idosos (maiores que 60 anos)
Gestantes
Pessoas com doenças crônicas, como asma, problemas no coração, diabetes, problemas na imunidade
População indígena
Na rede privada, ela é liberada para maiores de 6 meses, sem restrição de idade ou doenças associadas.
Quem tem alergia a ovo pode receber a vacina?
Se a criança apresenta alergia grave ao ovo (anafilaxia), a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunização e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia é que a vacina seja realizada em ambiente com condições de atendimento caso ocorra reação anafilática e permanecer em observação por pelo menos 30 minutos após a aplicação da vacina.
Reações alérgicas a ovo mais leves podem realizar a vacina sem os cuidados acima.
Quem tomou a vacina ano passado precisa tomar novamente esse ano?
Sim!
As cepas do vírus tendem a mudar de um ano para o outro, e assim, anualmente há uma atualização da vacina para que a proteção seja a mais específica possível.
A vacina de 2018 contém uma nova cepa do Influenza A, subtipo H3N2.
Fonte: Gripe - a doença pelo vírus Influenza (Calil K Farhat / Claudia Gasparian) / Pronto-Socorro (Instituto da Criança) / Sociedade Brasileira de Imunizações / Associação Brasileira de Alergia e Imunologia / Ministério da Saúde / Organização Mundial da Saúde
Fotos: Wikipedia
Sobre a Dr. Jessica Loekmanwidjaja - Pediatria Sem Stress
A Dra Jessica Loekmanwidjaja é médica Pediatra, com especialização em Alergia e Imunologia Clínica. Formou-se na Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo, onde atua até hoje como médica colaboradora no Ambulatório de Imunologia Clínica e realizando Mestrado na mesma área. Trabalha também como Pediatra no Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. É uma das criadoras do Blog Pediatria sem Stress, que tem o intuito de fornecer informações confiáveis de forma simplificada.
Sites: www.pediatriasemstress.net Instagram: @drajessicaimunopediatra
Consultório: Rua Ceará, 144 - Higienópolis Telefone: 2244.4499 ou 3661.6992
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Um abraço,
Amanda Ribeiro - Mamãe Que Viaja